sexta-feira, 20 de março de 2009

Porta-durex










Sempre gostei de livraria e papelaria!
A união das duas é melhor ainda!
Tipo Saraiva, Siciliano...essas que tem em shopping (certo, moro em cidade do interior, shopping mais próximo a 2 horas daqui).
Gosto do cheiro desses lugares, da iluminação, das cores.
Gosto de observar as prateleiras cheias de livros. Gosto de pegar (mineiro dá muita importância para o tato), folhear, ver capas, prefácios.
Esse fascínio vem desde criança.
Adorava o dia de ir a papelaria com meu pai comprar o material escolar.
O ato de encapar cadernos e livros exigia dedicação e capricho. Era todo um processo passar papel-contact, não podia ter um intervalo maior de 2 segundos entre tirar o papel da sua proteção e passar a régua, senão dava bolhas de ar. E uma vez colado, sem chances descolá-lo.
Nunca levei caderno novo no primeiro dia de aula. É que como escrevia pouco durante as férias, a letra ficava feia. Era dia de testar as cores das canetas. Escrever títulos de azul. Sublinhá-los de preto. Não. De vermelho. Escrever e apagar, até a letra ficar bonita.
Corretivo? Usá-lo só em último caso. Não deixa um resultado legal no papel.
Mas existe um item que nunca entrou na minha lista. O porta-durex.
Todo ano era a mesma peleja, mas meu pai nunca atendeu meu pedido.
Eu achava que ter uma iguaria desse porte sobre a mesa fazia de seus felizes proprietários pessoas melhores, mais inteligentes, mais bem vistas pela sociedade, mais respeitadas.
Certeza que grandes filósofos, cientistas, governadores, todos eles possuíam um porta-durex sobre suas mesas.
De tanto insistir, um ano meu pai prometeu me dar um de presente.
Lembro perfeitamente da cena, ele chegando com um embrulho nas mãos. Olhei aquilo e pensei: “uai, meio achatado esse porta-durex.”
Depois de rasgar o papel brilhante, me deparei com um estojo, daqueles de 2 andares, que tinha botãozinho pra tudo. Pra abrir compartimento de caneta, de borracha, de clips, de cola, de tesoura. Era quase um robô dos Power Rangers rosa e aromatizado. Pena que o santo desse aroma não bateu muito com o da minha rinite.
Mas e cadê o porta-durex nele? Meu pai todo empolgado apertou um botãozinho. Eis que surge um compartimento que tinha um durex embutido. Pra usá-lo, bastava tirá-lo e cortar o pedaço necessário com a tesoura que também vinha nesse kit. Mas a graça do porta-durex é não precisar de tesoura, devido a sua serrilha.
E acabou que ficou por isso mesmo. Cresci, os objetos de desejo mudaram e o porta-durex nunca esteve presente na minha mesa de trabalho. Mas também não acredito que a ausência do mesmo me faça uma pessoa pior que as outras não.

Um comentário:

  1. nos tinhamos um em casa, pesadão, lalala

    não era meu, é verdade, mas nunca tive esses fetiches :P

    mas o estojo com botão eu tive e gostava, hehehehehe

    ResponderExcluir