sábado, 30 de maio de 2009

Jazz

Foi planejado.
Chegar em casa, comer, tomar um banho quente e deitar.
Não pra dormir. Cedo ainda.
Só pra descansar mesmo.
Ficar em silêncio.
Barulho só o dos carros na rua e de televisão ligada em alguma casa próxima.
Pessoas rindo, parece ser um jantar. Tem crianças também.
É que deixei a janela aberta.
Acabei me cobrindo. As noites estão frias.
Muito bom ficar assim.
Não falar nada, só escutar.
Não sei por que me veio algumas lembranças da época das aulas de jazz.
Das apresentações em um clube da cidade. As do colégio.
As coreografias.
Os figurinos.
A adrenalina fazendo a contagem regressiva quando a música começava a tocar e as luzes se acendiam.
Senti saudades de mim.

domingo, 24 de maio de 2009

Classificados

Hora do café no trabalho.
Assunto do dia: classificados do jornal.

“Homem de meia idade, honesto, trabalhador, procura mulher para relacionamento sério.....”

Pontos discutidos:
- O cara ditou o texto para recepcionista do jornal?
- O cara só entregou o papel para moça com os dizeres, pagou pelo anúncio e foi embora sentindo lhe tirar um peso das costas?
- Ele pode ter pedido para alguém levar o papel até o jornal. Tipo um amigo, vizinho, moto-taxista.
- Será que ele ficará ansioso esperando as primeiras respostas de candidatas a pretendentes? E se ninguém o responder? Coitado. Mas não. Se tem a procura por esse meio, tem público para isso.
- A Rosa (mulher da limpeza) viu esse anúncio? Ela disse que está querendo se apaixonar. Que o outono é uma boa época para isso.
Interessante a maneira como cada um acredita que vai encontrar a sua cara metade.
Sendo que hoje já existem agências e também sites de relacionamento; passeatas em que solteiros carregam cartazes: “Quero namorar!”; amigos que insistem em te apresentar um amigo do irmão (“Fulano está doido pra namorar! Porque você não o namora?”); além do simples acaso.
Como funciona isso? A pessoa vê tal característica descrita e pensa “hum...será hein?”

domingo, 17 de maio de 2009

A ordem dos fatores

Sempre altera o resultado?
Quando comprei meu primeiro cd, eu ainda não tinha o som para tocá-lo.
Trilha nacional (original) da novela “A próxima vítima”.
Só o escutei uns 2 meses depois, quando meu pai me deu o som de presente de Natal.
Porque não escutei em sons alheios?
Não sei. Talvez perdesse o encanto.
Da mesma forma foi com o tercinho do meu carro.
Comprado e benzido em meados de maio, em Uberaba, no Santuário da Medalha Milagrosa. O carro só chegou em outubro daquele ano.
Já o período entre comprar o porta cartão e só depois mandar fazer o cartão de visitas foi menor. Uns 15 dias no máximo.
Talvez isso aconteça baseado no poder do pensamento positivo. Onde a pessoa quando quer muito uma coisa, já visualiza o objeto de desejo fazendo parte da sua vida. Ou também seja apenas culpa da minha irritante mania de passar “o carro na frente dos bois”.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Fases e falta

Já tive a fase do desejo de comer bananadinha.
Não que desgostei.
Bananadinha faz parte da minha essência.
Mas hoje outro doce tem marcado presença constante nos meus momentos de vontade súbita.
O suspiro.
Será que o fato de eu ter mudado um pouco de uns tempos pra cá influenciou essa troca?
E o desejo do suspiro se torna mais forte sempre que saio do consultório odontológico.
É da cadeira do dentista direto pro mercado.
Deve ser alguma reação da anestesia.
Confesso ser meio difícil comer suspiro com a boca anestesiada, no maior cuidado pra não morder o lábio.
Mas ainda no carro, ao som de Jack Johnson, abrir um saco de suspiro....não tem preço!
Infelizmente na última visita ao dentista, esse ritual não pode ter sido realizado.
É que nem dirigindo consegui voltar.
Tirei um dente ciso.
Bom, só faltam três.
Prefiro pensar que são dois fáceis e outro igual a esse dessa semana.
Não, melhor não pensar.
Agora cá estou num mau humor danado por causa da fome.
Sorvete não mata fome. Nem o de cereja. Cereja fruta.
Sentindo falta de pão. Nossa!! Pão.....
Sonhando com uma empada....esfirra....arroz....pipoca....Doritos.....Doritos? Eu nunca liguei tanto pra Doritos! Mas esses dias a boca até enche d’água só de pensar naquele petisco crocante, salgado, desmanchando na minha boca...
Sentindo falta de morder, de mastigar...
Acho que estou meio perigosa, melhor ficar mais quieta em casa até o dia de voltar ao consultório.
E sairei da cadeira direto pro mercado.
Nem tirei o cd do Jack Johnson do carro.